"Ele gosta de ruivas. Todas. Com seus olhos verdes - ou azuis- e suas enormes - ou curtas- madeixas vermelhas como o fogo, as pinta sob a aquarela dos seus olhos, treinados para captarem detalhes de um rosto singular feminino, as esculpe em suas telas em branco, atilado, envolvido.
Idealiza tudo o que vê de um modo peculiar, buscando personagens por aí e até em si mesmo. Elas, as suas ruivas, viram arte e ele ainda faz arte de si mesmo, faz parte dos seus dias tudo assim, um jeito que ele tem de lidar com as inquietudes dessa realidade, misturando-as com as cores dispostas na sua paleta e a habilidade disposta de suas mãos.
Mas em algum momento os papéis se inverteram e seu corpo virou tela. Tatuagens espalhadas, contam fatos em silêncio, cicatrizes, as nuances da sua vida ali, misturadas aos tons da sua pele.
Certamente ainda há mais do que sei, por dentro dele e por trás dos seus jogos de estratégia, das fotos com detalhes misteriosos do rosto que tenta se esconder. Um estranho errado interessante, artista, pensador, escritor, pintor, inquieto, autor de seu próprio mundo e que traz nos punhos a marca da sua personalidade e na sua arte seus anseios.
Ah! Como eu entendo os artistas. Quem dera ser um, com seus prazeres singulares, como personagens verídicos de seus próprios contos."
Jean Errado, 24 de abril de 2013
1 Participações:
Gostei, Claudinha.
Bom final de semana.
Beijos!
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