Na frequência e no tom


"Acostumada a ficar com meus livros e meu café de companhia, pouco ouço meu nome, só os apelidos de mãe, logo eu, tendo agora que me acostumar com teus chamados repentinos. Meu nome pra todos os lados, um cuidado comigo, daqueles que antes de você chegar, eu só tinha com meus livros, meus escritos e minha xícara de café personalizada que ganhei num desses rituais de fim de ano na casa de alguém querido. 

Agora, ouço meu nome por qualquer coisa, ouço tua voz o dia inteiro e depois vem a risada, que me interrompe um parágrafo de leitura. Pede desculpas, volta ao cigarro, toma um gole do meu café, pergunta onde parei, me beija na nuca e volta de onde veio. Não era nada demais mais uma vez, só queria me localizar dentro de casa. 

Mas sabe de uma coisa, é bom me acostumar de novo a ouvir meu nome, ainda mais na frequência e no tom da tua voz."

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